segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

ÉTICA NA PISCINA

Estamos frequentando a piscina da ABB de coqueiros, o que é neste momento excelente pela praticidade, pois é muito perto de casa e conseguimos proporcionar um lazer muito ao gosto de todos nós, mas especialmente ao gosto do Vini que encontra muitos amigos e gasta energia de forma muito saudável, aproveitamos almoçamos por lá mesmo, a comida do Sobrállia está sempre muito deliciosa e com ótima variedade, entre marreco recheado, ostras gratinadas, paella e um bom bife a cavalo com fritas, feijão e arroz vou equilibrando minha dieta nas saladas com um pouquinho diário destas diversidades.
Como tudo que é coletivo a convivência enseja aprendizagens diárias para todos nós, no último fim de semana no entanto nos vimos diante de um bom dilema ético.
Sempre levamos uma sacola de brinquedo pra onde vamos, o que se revela muito útil em vários sentidos dentre eles a aproximação de crianças com as quais o Vini já tem bem trabalhada a idéia do compartilhamento e sempre rola uma brincadeira legal, com o sabor de fazer amigos novos. Neste sábado no entanto recebemos, como todos os outros sócios, por escrito as regras de convivência na piscina, entre elas constava a proibição de brinquedos na água,exceto as bóias e outros ítens de segurança, o que faz sentido se pensarmos na quantidade e na diversidade nem sempre compatível com o ambiente além dos riscos de contaminação. Explicamos pro Vini, que pareceu compreender perfeitamente.
Lá pelas tantas, um garoto lindinho de uns 10 anos aproximadamente estava com um porta aviões, repleto de aviões, brincando muito tranquilo e feliz na água. Os olhos do Vini brilharam e ele foi pra borda namorar o brinquedo e a brincadeira, até que não resistiu e pegou um aviãozinho, que o menino logo recuperou, até aí beleza.
Passado uns 3 minutos o Aderbal me mostra o Vini, eis a cena, está em pé com o papel, aquele das regras na mão explicando para um adulto próximo ao menino do porta aviões, que é proibido brinquedo na água, que são as regras e bla,bla,bla.
Não tive dúvidas fui lá busquei meu carinha pela mão e perguntei porquê ele estava reivindicando o cumprimento da regra? o que o motivava? não estaria ele indignado por estar com inveja do menino? e ele "claro mãe eu queria era brincar". Conversei legal com ele, sobre a diferença de ser crítico, de buscar valer direitos e de agir assim motivado por mesquinharia, tão comum em tantas relações, gente que se esconde no discurso da cidadania só por não suportar ver o outro feliz.
Não pensem que foi tranquilo pra mim, um lado queria se orgulhar de ver o menino crítico reivindicando, o outro não pode deixar de perguntar motivado porque exatamente????
Ainda tem outro dilema, porque o pai viu e ao invés de agir me mostrou? e porque tão prontamente fui resolver como se fosse de minha exclusiva competência fazê-lo?
Os dilemas da vida em família num típico domingo de sol e cabeça fresca.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O MUNDO EM CAIXAS

iniciei a empiria do mestrado, estou mergulhada no cartório que é o arquivo da Delegacia da Infância e da Adolescência, meu objetivo é coletar todos os dados que contenham os relatos de violência ocorridas em escolas, pra isso abro caixas e desvelo um universo que vai nos contando sobre uma escola diversa da descrita nos Projetos Políticos pedagógicos, da propalada nos congressos pedagógicos e processos acadêmicos, vou encontrando uma escola próxima da sociedade menos ideal e mais real. Bem, mas ainda está tudo muito incipiente, vamos ver onde a pesquisa vai nos levar. O curioso é que quando chego em casa faço o processo inverso pego meus objetos, meus signos, meus símbolos, livros, quadros, textos, retratos e começo a por em caixas na tentativa de conseguir tornar o processo da mudança menos cansativo, vou fazendo cada dia um pouquinho, assim me vejo em grande parte do dia pensando o mundo na relação com as caixas ora as abrindo, ora as fechando.
Logo eu que tenho pavor da ordem cartesiana, da idéia de cada coisa na sua caixa, que nunca gostei de associação, clube, partido político, que debochei meses de uma colega de pós-gradução que me convidou pra ser anarquista e me pediu uma foto pra fazer carteirinha .
Agora sou especialista em caixas seja para encontrar coisas dentro delas ou para guardar, lacrar e etiquetar e sabe que o mundo cabe diretinho nelas...mas cá pra nós desconfio que algo chamado sentimento transborda e que sem sensibilidade não da pra ver que nem todas as caixas tem a mesma forma, a mesma cor, o mesmo cheiro, o mesmo tamanho e especialmente o mesmo conteúdo.

domingo, 7 de dezembro de 2008

ANIVERSÁRIO

Fiz aniversário quinta feira dia 4, 43 anos é uma boa idade estamos tão mais tranquilos, quer dizer eu estou, não sei porque etou falando no plural, será um ato falho? quem sabe me refiro a todos estes seres que habitam em mim? Mas aí ja é exagero dizer que todos estão tranquilos, felizmente uns mantém sua loucura e inquietação preservadíssima. XÔ NORMALIDADE !!!!!!!RSRSRSRRSSRSRRRRRRSRSRRSR.

P.S Ouvi parabéns pra você em francês.

Merci

TRICOT E SONHOS SE REALIZANDO

Domingo passado trouxe um grupo de colegas do mestrado aqui em casa para um churrasquinho, elas são de fora e numa conversa me propus a busca-lás e mostrar um pouco da vida local, assim como o sol saiu, fomos eu o Bal e o Vini "arrebanhando" as meninas que moram perto da UFSC, Juliana e Fabíola uma do Paraná e a outra do Rio Grande do Sul nos dirigimos para Canasvieira um pouco apreensivos com a barreira que vedou a passagem na SC 401 que liga o centro de Floripa com as praias do norte da ilha, nosso objetivo era buscar outras duas colegas, uma de Chapecó a Aline que estva com seu filhote Bruno de 7 anos e a Grazi, que mora a mais tempo por lá. Aproveitamos um pouco a praia e apesar das caravelas assassinas nossas crianças correram e se banharam. Quando saímos da praia com nosso carro lotado, ligamos para Gisele ir com seu marido Joubert e seu filho José nos encontrar em meu AP, ligamos também pra Tati, mas ela declinou já estava com compromisso.
Foi um dia memorável rimos muito em meio a cerveja , vinho e aguá pra mim, que me mantenho firme e forte em dieta, além da carne que modestia a parte estava no ponto. Fizemos o maior tricot, fico impressionada com a garra destas meninas, mulheres, tão fortes que deixam seus filhos com os maridos a quilômetros, com os maridos a poucos metros, deixam nas escolas,deixam na casa das sogras, que trabalham, que enganam o sistema, que resistem as regras, que desafiam ao imponderavel, que estudam, que querem mais, que conseguem rir e chorar ao mesmo tempo, que sofrem por homens que não as merecem, que riem de homens por quem já choraram e que sabem que a vida vai ser bem melhor e será. Foi um dia especial também porque eu comemorava uma grande conquista que era uma transação imobiliaria em que estava vendendo o meu AP e comprando outro melhor no meu prédio mesmo, um antigo desejo.
Assim como no tricot, que diga-se de passagem não sei fazer fui tecendo algo belo, afinal estava cumprindo uma promessa que havia feito dias antes pra estas meninas numa lanchonete e ao mesmo tempo cumprindo uma antiga que havia feito para mim, tipo assim um pra dentro um pra fora.